domingo, 6 de janeiro de 2008
CADAFALSO PARA OUTRA DIMENSÃO - poema ritos de espelho 04
Sento na escada como mímico, mudo
O saxofonista escarna minha cara
Meu Deus! Tenho um rosto! Grave e rouco
Essa soltura negra recorta meu dia;
A masmorra é de luz!
Na boca o gosto estala elétrico
Trago a fuligem do asfalto
A cidade nos dá enfisema!
Quero digerir essa feiúra distorcida
porque sofro de úlcera bélica.
(- Quanta beleza me morde!)
A Big Apple é carioca!
O metrô desce à laringe
Meu sapato se prende no trilho
e a morte é veloz e esquizofrênica do jeito que quero.
Poema do livro Ritos de Espelho, 2002
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Um comentário:
"Cadafalso"? Muito bom!
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