SAÍDA DE EMERGÊNCIA


Acrescentei este espaço a esta blogópera 'Cortem a Cabeça Dela!!' por causa da necessidade pela qual passa este projeto e pela seriedade das pessoas que o mantêm.

Espero que esta minha simples contribuição aqui ajude a atrair a atenção dos que passam por este blog, e que vocês conheçam e entendam o projeto.

Antes de mais nada, vou deixar claro, porque conheço gente e conheço cabeça de gente, que o nome do projeto "Salvar crianças-bruxas" não significa de modo algum salvar as crianças da bruxaria, da feitiçaria ou de práticas religiosas africanas. Muito pelo contrário! Crianças-bruxas foi como o atual e absurdo fenômeno ficou conhecido nos meios de comunicação internacionais. 




O fenômeno na Nigéria: 

Com a chegada das igrejas neopentecostais em plena miséria africana, o oportunismo que nós, brasileiros, bem conhecemos, cresceu e fincou raízes, convertendo milhares de pessoas pelo continente, inclusive formando seus próprios pastores comunitários, encontrando mais um meio de extorquir famílias, diagnosticando suas crianças como bruxas, servas do mal, pelos mais normalíssimos sintomas infantis ou por problemas financeiros e doenças na família. Para libertá-las desse poder, eles, claro, cobram por isso. E a partir daí, obviamente, a família passa a rejeitar essa criança, isolando-a, deixando ao relento, espancando, queimando seus corpos, deixando de alimentá-las, ou seja, essas crianças acusadas sofrem todo tipo de violência por parte das famílias e dos vizinhos. Diversos grupos humanitários do mundo e TVs internacionais tomaram conhecimento dessa situação e estão tentando agir e divulgar o problema.


o mesmo fenômeno na República Democrática do Congo
(Produção: ABC News  // Duração: 10'01'' // Legenda: português)

Assista também ao documentário da CNN - http://vimeo.com/12526858# (Duração: 47'49''// Sem legenda)

O Salvar (Caminho Nações):

Aqui no Brasil, temos também gente boa disposta a doar vida. Profissionais de diversas áreas que pedem licenças temporárias de seus trabalhos - em cargos públicos, universidades, hospitais brasileiros etc. - contando com o apoio de familiares e colegas de trabalho que seguram as pontas por aqui, enquanto eles cuidam das crianças por lá, até que voltem. E o trânsito é sem fim, e eles querem que seja para sempre, até que a última criança esteja segura e feliz. Ninguém faz da caridade profissão remunerada, ninguém faz da ajuda ao próximo carreira, mas consciência humana, serviço de vida, ofício de amor, profissão de fé. São escolas e abrigos construídos para essas crianças, o que envolve necessidade de móveis, roupas, alimentos, medicamentos, custos com hospitais, material escolar para ensino regular e para cursos de capacitação para as crianças e a comunidade, para escolinha de esportes etc. O que só é possível pelas doações e pelo trabalho e amor da equipe do Caminho Nações. Tudo isso precisa de dinheiro (e com urgência) para ser mantido e multiplicado, já que este e outros fenômenos vêm crescendo pelo continente (como o caso das "crianças escravas" no Senegal, relacionado a líderes islâmicos), vitimando mais crianças africanas. Algumas crianças, depois de cuidadas, são reintegradas às famílias, que passam a ser acompanhadas por esses voluntários que se certificam se os pequenos estão indo à escola, para isso as crianças continuam ainda recebendo ajuda financeira, se estão sendo bem tratados pelos parentes, vizinhos, se estão sendo crianças. Claro que alguns casos não terminam bem, a criança volta ao sofrimento de antes, e nem sempre a família permite que ela seja levada de volta para os cuidados dos grupos humanitários, como aconteceu com o Michael, mesmo deixado ao relento pelo pai, não pôde voltar ao abrigo. Então, a equipe do Caminho Nações também viu a necessidade de que as famílias fossem informadas da diferença entre o cristianismo perverso e oportunista que elas seguem e aquele inspirado na vida de Cristo e no amor aos pequeninos. 

Quando alguém assume presencialmente um trabalho desse, diante do rosto de gente, dos olhos de gente, da fome, do medo, da solidão e da carência de afeto e cuidado, de gente viva, real, que tem um nome, um apelido carinhoso e voz inconfundível, não dá para voltar pra casa porque as doações não são suficientes, não dá pra dizer isso para a necessidade do outro nem para o próprio coração. Se enfrenta pelo amor mesmo, se luta junto, sofre junto, um consolando o outro, porque a dor passa a ser comum. Não se volta atrás, o coração já pertence aos que tomaram posse dessa doação do amor. Mas é um trabalho que ganha obstáculos gigantescos sem a nossa ajuda. Pessoas que deitam a cabeça no travesseiro pensando em como vão fazer para continuar mantendo tudo na próxima semana, e o tudo nesse caso é a vida de cada uma dessas crianças, a vida.





Sim, o pessoal aqui no Brasil que teve essa iniciativa é cristão, cristão lutando contra os males e abusos do cristianismo no mundo. E daí? Esses eu posso garantir que são amigos do amor, da caridade, da justiça, do respeito e da vida, e não divulgam o cristianismo, mas promovem o amor. Então, se você não tem qualquer preconceito contra cristãos, participe ou apenas conheça um pouco mais desse fenômeno e do pessoal do "Salvar crianças-bruxas".


Há muita gente pelo mundo ajudando o trabalho do Caminho Nações porque conheceu a seriedade dessa gente boa, independente de serem cristãos, e o sofrimento dessas crianças, como esses dois surfistas, os irmãos Hobgood (assista aos depoimentos):







Mas é importante dizer, para os equivocados de plantão, que não é só o cristianismo que perverte seus fundamentos para explorar e violentar o povo de um continente indefeso ao oportunismo de outras civilizações. Há também o fenômeno das "Crianças Escravas" senegalesas que pertencem e servem a líderes religiosos de outras culturas ou ricas famílias de outras religiões, e que são obrigadas a esmolar nas ruas, sem nenhuma construção de futuro para si mesmas, sem nenhuma expectativa, e tantos outros fenômenos desumanos ou violências circunscritos, exploração de crianças e abusos em todo o mundo. Assim como há também instituições humanitárias seculares (laicas), de todos os cantos do mundo, que são oportunistas. Ou seja, deixemos de ser hipócritas ou ingênuos sobre nossas tendências (des)humanas, seja ocidentais ou orientais, cristãs, judaicas, islâmicas, espíritas, budistas, hinduístas, umbandistas etc. Não existe religião ou civilização perfeita, porque gente perfeita é artigo raro, o cinema de todos essas culturas denuncia isso, mas os frequentadores de salas de arte não se recordam dessa realidade na hora dos seus protestos contra os abusos do ocidente cristão e defesa apaixonada de outras culturas como sendo mais puras ou melhores, e repetem uma montoeira do senso comum acadêmico aqui e ali (Eles não sabem o que fazem, esse deveria ser o lema das universidades de hoje - diria Cristo fazendo uma piadinha).




"Nós não vamos transformar cada jovenzinho desse em pequenos cristãos, não vamos ocidentalizá-los, cristianizá-los, não vamos fazer com que eles gostem das coisas que a gente gosta, o que a gente quer é libertá-los. Nós precisamos libertá-los até de nós mesmos e de nossas próprias concepções ocidentalizadas, capitalizadas. Então a gente precisa dar pra eles capacidade de ser inseridos na sociedade um dia, e pra isso eles precisam de escola, precisam aprender francês, porque eles não sabem falar francês (língua oficial do Senegal). O país todo sabe, as outras crianças sabem. Eles não sabem ler. Eles não sabem escrever. (...). Por que que algumas crianças são destinadas a ser sub-humanos, subprofissionais e outras vão pra escola aprender a ser os futuros líderes da nação?" (Marcelo Quintela, organizador do projeto. Assista ao vídeo acima e saiba mais sobre as crianças no Senegal e na Nigéria).


Agora a minha experiência:

Eu contribuo com esta causa em benefício da vida dessas crianças. E contribuo porque sei da seriedade e do compromisso dessa gente. Gente que não faz da ajuda um show, mas trabalho duro e ininterrupto. Gente que não tem tempo para fazer propaganda. 

Contribuo porque dói em mim o choro dessas crianças, a tristeza da solidãozinha de ser abandonada ou agredida pelos pais, tios, avós, vizinhos, a tristeza do sentimento absurdo que deve haver na cabecinha dessas crianças sem conseguir entender como o mundo adulto, em volta, as enxerga, a tristeza de não sonhar com o futuro. 

Por que escolhi ajudar fazendo doações para missões africanas? Porque a África está um oceano inteiro longe das minhas mãos e pés, é o primeiro ponto, o Brasil não. Não há nenhuma idealização do exótico no meu gesto. Nenhuma paixão antropológica ou sociológica da moda. E porque, como cristã consciente, assumo a responsabilidade de dar solução para o mal que as igrejas da prosperidade fizeram por lá.

Vocês podem ajudar com doações mensais, podem ajudar também, uma única vez, adquirindo o livro do diário fotográfico que eles publicaram. E o site 'Salvar Crianças-Bruxas' divulga vídeos e textos do que está acontecendo por lá, do que tem sido feito. Os doadores recebem uma espécie de boletim de notícias por e-mail, dando parte disso também. É como se estivéssemos lá, sabemos o nome das crianças e suas histórias por meio dos diários e vídeos que as equipes divulgam. 


Obs.: O banner Unicef que etá divulgado no meu blog nada tem a ver com esse projeto em benefício das crianças nigerianas desenvolvido pelo Caminho Nações. São projetos diferentes. 

Se você conhecer algum projeto beneficente respeitável, sem interesses, sem autopromoção de marca, produto ou ideologia, que funcione e que você confie, deixe um comentário sobre o projeto e links de divulgação.

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