domingo, 24 de fevereiro de 2008

AOS GUARDADORES DE SEGREDOS - Ritos de Espelho 09

klimt, bosque de bétulas, 1912



AOS GUARDADORES DE SEGREDOS
(Desiderandum)



Busco amores violentos
quando já estou cansada
de amar e violentar-me.
Em mim,
sombras repartidas.
É noite?
eu pergunto
E já não sei
Porque há muito já não sabia
...
Posso ausentar-me de mim
Ter frio, ter febre, ter fúria...
...
Essa vontade anêmica
De invadir jardins descalça
E tocar fogo no que for inflamável.


klimt, Veritas

Poema do livro Ritos de Espelho, 2002

4 comentários:

Anônimo disse...

falar de si em um em si mesmo, um seu duplo acorrentado, um seu duplo jamais espelhado, antes um seu duplo duplamente tornado a si mesmo o seu estranho mais proximo, tornado a sua guerra mais suja.
fabricia e ainda o outro de si mesmo fala do em mim, e nessa dor anemica o fogo pode apenas refrescar.
um poema portanto filosófico esse ritos de espelho no 09

Senhorita B. disse...

Dona Fulana,
Receba o meu carinho neste seu aniversário.
Bjs,
Renata

Anônimo disse...

poemas e ação e carne e corta

Anônimo disse...

maravilhosa essa poesia. agora, é um pouco minha também. ainda bem. é muito dificil ver poetas transparentes como você. muitos estão inflamados pela própria sisudez acadêmica. você é legal com você mesma. continue, os insones precisam! rsrs, Bjs Túlio.

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